Chip da Beleza: Entenda os Riscos e Por Que Você Deve Pensar Duas Vezes.
Cada vez mais populares, os chamados “chips da beleza” — ou implantes hormonais — estão sendo comercializados com uma promessa tentadora: corpo definido, pele jovem, disposição em alta, desempenho sexual melhor e até mesmo emagrecimento milagroso. Mas será mesmo seguro? O Saúde em Dia conversou com a cardiologista Dra. Alexandra Mesquita para esclarecer tudo sobre o tema — e trazer um alerta importante.
O que é o chip da beleza?
O “chip da beleza” é, na prática, um implante de silicone colocado sob a pele, geralmente na região da perna ou do braço, que libera hormônios (como gestrinona, testosterona, entre outros) — muitas vezes misturados a antidepressivos ou outras substâncias. A ideia é garantir uma liberação contínua dessas substâncias ao longo de meses para efeitos estéticos e de “performance”.
A grande polêmica gira em torno do uso indiscriminado do chip: milhares de pessoas — principalmente mulheres — estão recorrendo ao método para fins puramente estéticos, sem acompanhamento rigoroso, e sem indicação clínica real.
Quais os riscos dos chips hormonais?
A Dra. Alexandra é categórica: o uso de chips hormonais sem real necessidade médica está associado a vários riscos, muitos deles graves, especialmente para mulheres jovens:
- Aumento de doenças cardiovasculares: Casos de hipertensão, infarto e AVC em mulheres de 26-30 anos têm crescido, justamente pela introdução precoce de grandes doses hormonais.
- Elevação do colesterol ruim (LDL) e maior risco de formar placas de gordura nas artérias (aterosclerose).
- Trombose venosa e embolia pulmonar: mesmo o anticoncepcional oral pode causar, mas o chip, por ser de absorção contínua, tem maior potencial de efeitos duradouros e menos previsíveis.
- Efeitos colaterais hormonais: acne de difícil tratamento, oleosidade, queda de cabelo, aumento de pelos e alterações na voz.
- Imprevisibilidade e falta de controle: uma vez implantado, não é possível simplesmente “retirar” o hormônio, pois ele já está sendo absorvido e liberado gradativamente no organismo, mesmo após a remoção física.
Além disso, pode haver impactos desconhecidos em fertilidade e saúde mental. E vale destacar: não há estudos científicos de longo prazo comprovando a segurança e os efeitos desses chips quando usados dessa forma.
Reposição hormonal: quando é realmente indicada?
Reposição hormonal é indicada de forma criteriosa, geralmente para mulheres na menopausa que têm sintomas que prejudicam a qualidade de vida, sem contraindicações. Mesmo nesses casos, todo acompanhamento é médico, com exames e escolhas individualizadas (oral, gel, adesivo). O uso de chips com múltiplos hormônios, antidepressivos ou substâncias desconhecidas foge das diretrizes seguras atualmente reconhecidas.
A busca pela beleza não pode custar a saúde
A pressão social, a mídia e influenciadores têm romantizado o uso do “chip da beleza”, prometendo milagres. Como alerta a cardiologista, o resultado pode ser trágico: doenças graves, sérios efeitos colaterais e até complicações irreversíveis — e tudo isso em busca de uma juventude eterna artificial.
Além disso, o custo é alto: um chip que pode custar até R$ 5 mil, fora exames e tratamentos para as complicações.
Não existe fórmula mágica: envelheça com saúde e dignidade
Dra. Alexandra reforça que o verdadeiro “antiaging” está em escolhas reais: alimentação saudável, atividade física, abandono de vícios, controle de estresse, sono de qualidade — e acompanhamento médico sério. Não existe fórmula mágica para parar o envelhecimento, mas é possível envelhecer bem, com autoestima e energia, sem colocar sua saúde em risco.
Conclusão
Antes de optar por qualquer método milagroso, busque orientação de um especialista, desconfie de promessas fáceis e foque em hábitos de vida que promovem saúde duradoura. A vaidade não pode colocar a própria vida em risco!
Para mulheres que querem cuidar mais da saúde e da autoestima, a mensagem é clara: qualidade de vida começa pelas escolhas diárias, não por chips ou atalhos perigosos.