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Quando a Hipocrisia Humana Dói: Reflexão Inspirada em “Geni e o Zepelim”

Mônica Nóbrega

A comunicação é meu gatilho para gerar mudanças. Como puder, onde estiver, com o melhor de mim.

Quando a Hipocrisia Humana Dói: Reflexão Inspirada em “Geni e o Zepelim”

O ser humano é realmente surpreendente. Tantas vezes curioso, tantas vezes bom, generoso, mas também pode ser capaz de atitudes cruéis e egoístas. Recebi uma mensagem marcante da Adriana — e dessa história, acompanhei de perto cada passo.

Adriana estava casada, vivendo de forma tranquila. Mas, de repente, foi surpreendida por uma traição. Ficou indignada, arrasada, e decidiu pela separação. Só que, antes que isso se concretizasse, o marido acabou morrendo de um infarto fulminante.

A situação delicada era agravada pelo fato de ele ter uma família anterior, com filhos. E foi aí que a decepção — e certa crueldade — ficou ainda mais clara: antes mesmo do sepultamento, essa família já havia entrado com uma ação judicial disputando a herança, alegando (sem nem consultar Adriana, tampouco a justiça) que eles já estavam separados. Em meio à dor, Adriana viu pessoas próximas, com quem se relacionava bem, virarem as costas e acusá-la.

Por mais que a relação tivesse seus problemas, eles ainda estavam oficialmente casados. Até pouco tempo antes, ela era querida, participante das festas e dos encontros. Os filhos do marido, que dividiam momentos de família, de repente viraram adversários. Adriana, que sempre se sentiu acolhida, se viu isolada.

Foi impossível para mim não lembrar da música “Geni e o Zepelim”, do Chico Buarque — para mim, uma das letras mais profundas sobre as contradições humanas. Geni, a personagem, vive à margem, rejeitada e humilhada pela cidade. Mas, diante de uma ameaça maior, quando só ela pode salvar a todos, a cidade inteira suplica pelo seu sacrifício, faz dela uma santa, uma esperança. E assim que o problema passa, ela volta a ser odiada, apedrejada, descartada.

A música descreve, com uma verdade incômoda, o ciclo de endeusamento e desapreço, o quanto a sociedade pode ser volúvel e cruel. Geni era xingada, maltratada, rejeitada. No momento de perigo, tornou-se essencial — e, quando tudo acabou, voltou a ser escória.

“Joga pedra na Geni, joga pedra na Geni, ela é feita pra apanhar, ela é boa de cuspir… maldita Geni.”

E quando precisam dela: “Vai com ele, vai Geni, você pode nos salvar… Bendita Geni!”

Mas tudo se repete: passou o perigo, voltam os insultos, o desprezo, a solidão.

Esse ciclo se repete na vida de tantas pessoas, assim como aconteceu com Adriana. Um dia você é bem-vinda, no outro é rejeitada, às vezes por razões que nem entende. A hipocrisia humana é devastadora, e é duro perceber como o amor e a aceitação podem ser tão frágeis, tão condicionados por interesses, conveniências ou puro preconceito.

Adriana, quando era conveniente, era a “bendita”; quando passou a representar um incômodo — seja pela separação, pela disputa de herança, pela verdade que muitos não querem ver — virou alvo de rejeição, de ataques injustos. Nada mais humano, infelizmente.

A vida ensina. A história de Adriana é só mais uma entre tantas. Mas serve como alerta: precisamos estar atentos às intenções de quem nos cerca, valorizar quem é verdadeiro, e nos fortalecer diante da hipocrisia. Porque, se hoje somos aplaudidos, amanhã — sem explicação, sem aviso — podemos ser apedrejados.

Se você já viveu algo assim, sabe a dor e a surpresa de descobrir quem é quem quando o inesperado acontece. Que a história da Adriana (e a letra do Chico) sirva para que a gente se torne mais humano, mais empático, menos “cidade” e mais solidário.


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