Cardio-Oncologia: Protegendo o Coração Durante e Após o Tratamento do Câncer.

Mônica Nóbrega

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Cardio-Oncologia: Protegendo o Coração Durante e Após o Tratamento do Câncer.

 

No Saúde em Dia, recebemos a cardio-oncologista Dra. Natália Castro para abordar uma área médica inovadora, pouco conhecida, mas fundamental para o cuidado integral de quem enfrenta ou enfrentou o câncer. A cardio-oncologia une o conhecimento da cardiologia com a oncologia, protegendo o coração do impacto dos tratamentos oncológicos.

O que é cardio-oncologia e por que é tão importante?

A cardio-oncologia é uma subespecialidade moderna que surgiu da necessidade de tratar não só o câncer, mas também de proteger a saúde cardíaca dos pacientes submetidos à quimioterapia, radioterapia e imunoterapias. Muitos desses tratamentos, apesar de transformarem a perspectiva contra o câncer, possuem toxicidade para o coração, podendo causar desde problemas leves até insuficiência cardíaca, infarto e arritmias.

A área existe porque não basta vencer o câncer: queremos que o paciente retome sua vida com saúde, autonomia e sem sequelas cardíacas.

A relação entre câncer e doenças do coração

Câncer e doenças cardiovasculares dividem muitos fatores de risco (como pressão alta, obesidade, diabetes e sedentarismo) — então, não raro, quem descobre um câncer já apresenta ou pode apresentar problemas no coração durante o tratamento.

Além disso, alguns medicamentos, como as antraciclinas (usadas em câncer de mama) e drogas para câncer de cólon ou pulmão, podem agredir diretamente o músculo cardíaco, as artérias e até causar espasmos e inflamação.

Quem deve procurar o cardio-oncologista?

O ideal é que todo paciente prestes a começar um tratamento oncológico com quimioterapia, radioterapia ou medicamentos-alvo procure um cardio-oncologista. O objetivo é descobrir e controlar fatores de risco antes do tratamento, minimizar danos ao coração e garantir segurança do início ao fim da jornada contra o câncer.

Muitas vezes, problemas cardíacos só são descobertos nesse momento e, sem esse cuidado, podem causar complicações graves ou obrigar até a interrupção do tratamento do câncer.

Prevenção e acompanhamento: o que é possível fazer?

Além do controle rigoroso com exames e consultas regulares, a melhor prevenção está nos hábitos de vida:

  1. Praticar exercício físico (inclusive durante o tratamento, se possível)
  2. Alimentação saudável, de preferência natural
  3. Não fumar, não abusar de álcool
  4. Ter boa qualidade de sono
  5. Controlar pressão, diabetes ou colesterol

 

Essas medidas são responsáveis por grande parte da prevenção tanto do câncer quanto das doenças cardíacas — mais do que qualquer exame isolado.

Como funciona o acompanhamento durante e após o tratamento?

Pacientes que recebem medicamentos cardiotóxicos ou radioterapia na região do tórax precisam de exames específicos, como ecocardiograma e exames de sangue de marcadores cardíacos, para detectar precocemente sinais de desgaste no coração.

Se surgir algum sintoma (falta de ar, indisposição extrema, inchaço), é essencial relatar ao médico, pois pode ser sinal de impacto cardíaco que merece atenção e ajustes no tratamento.

É importante também manter acompanhamento de longo prazo: o coração pode sofrer alterações mesmo anos depois do fim do tratamento oncológico, especialmente após radioterapia.

Um caso de sucesso

Dra. Natália compartilhou a história de uma paciente de 74 anos tratada com imunoterapia, que desenvolveu miocardite—a complicação mais grave desse tipo de tratamento. O diagnóstico precoce e o acompanhamento próximo foram cruciais para suspender o medicamento rapidamente, iniciar o tratamento certo e garantir total recuperação da função cardíaca. Isso mostra como a adoção da cardio-oncologia pode fazer toda a diferença nos resultados e na qualidade de vida.

Resumo: quando procurar, quem deve, e como se proteger

Todo paciente prestes a iniciar quimioterapia, radioterapia ou tratamento imunológico deve procurar o cardio-oncologista. O acompanhamento precisa ser individualizado e contínuo. Se já concluiu o tratamento, não descuide: seu coração deve ser monitorado por anos, conforme medicamentos utilizados. Hábitos de vida saudáveis são a base da prevenção, da recuperação e de uma vida longa, ao lado do tratamento médico.

Cuidar do câncer é também cuidar do coração – saúde em dia, corpo em equilíbrio!

Se quiser aprofundar algum aspecto, como sintomas de alerta, exames preventivos ou os efeitos de cada tratamento, é só pedir!

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